A Sombra da Renato Dependência Ainda Ronda o Parque São Jorge

Enquanto o Timão trava uma batalha árdua contra o Racing do Uruguai pela Copa Sul-Americana de 2024, com o placar marcando um tenso 0 a 0 ao fim do primeiro tempo, uma pergunta ecoa nas arquibancadas vibrantes e nos corações de todos nós, apaixonados pelo Corinthians: estamos enfrentando, mais uma vez, a temida “Renato Dependência”?

A saída de Renato Augusto ao término de 2023, após uma jornada de altos e baixos desde seu retorno ao clube, deixou um vazio que parece ainda não ter sido preenchido. O maestro do meio-campo, com sua visão de jogo único e capacidade de organizar o ataque, deixou saudades. E hoje, diante de um adversário que, embora respeitável, não deveria representar um enigma tão complexo, nossas dificuldades em criar jogadas ofensivas efetivas são evidentes.

Não é apenas saudosismo. A realidade é que, desde a saída de Renato, o Corinthians tem lutado para encontrar alguém que possa assumir esse papel de liderança criativa no meio de campo. O Garro bem que tenta e é indiscutível a garra desse jogador, porém as jogadas continuam não acontecendo. Jogadas foram testadas, esquemas táticos, ajustados. Mas a fluidez e a inventividade que eram marcas registradas nos melhores momentos do Timão sob a batuta de Renato parecem ter se dissipado.

Este não é um problema novo, claro. A “Renato Dependência” foi um termo cunhado ainda durante sua primeira passagem pelo clube, refletindo o quanto o time dependia de sua genialidade para desequilibrar partidas. E, ao que tudo indica, essa dependência não foi superada – foi apenas adiada.

Hoje, enquanto observamos o Corinthians batalhar em campo com mais vontade do que inspiração, é impossível não questionar: o que falta para reconquistarmos nossa identidade criativa? Será que estamos investindo suficientemente na base, buscando novos talentos que possam, um dia, preencher essa lacuna deixada por Renato? Ou será que a solução passa por uma reformulação mais profunda, que vá além das quatro linhas – uma revisão de nossa filosofia de jogo e de como preparamos nossos atletas para os desafios do futebol moderno?

O que não podemos é nos conformar. O Corinthians é grande, maior do que qualquer jogador, por mais genial que seja. Renato Augusto deixou sua marca, mas o clube segue, e é nosso dever, como torcida apaixonada e crítica, exigir mais. Mais criatividade, mais ousadia, mais Corinthians.

À medida que o segundo tempo se aproxima, resta-nos a esperança. A esperança de que o técnico e os jogadores encontrem dentro de si a chama necessária para reverter este quadro. Que possamos, juntos, superar a “Renato Dependência” e voltar a ser o time vibrante e temido por todos.

Afinal, somos o Corinthians. E o Corinthians não desiste nunca.

Vai, Corinthians!